Uma
noite, eu estava acessando a uma rede social, quando me deparei com uma foto da
minha tarde de autógrafos do meu novo livro, que fora postada pela minha adorável
sobrinha.
Imediatamente,
compartilhei a foto e logo ela espalhou-se pela rede, sendo compartilhada por
alguns amigos, entre eles, uma amiga muito querida.
Assim
que essa minha amiga compartilhou a foto, um amigo seu, que se chamava XX
Portugal, escreveu que queria saber como eu era e como era o meu trabalho. Ao
vê-lo na página dela, fiquei orgulhosa e resolvi entrar na página dele e
enviar-lhe uma mensagem. Afinal, ele era português e poderia fazer o marketing
do meu livro em Portugal!
Enviei-lhe
uma mensagem, contando sobre o meu trabalho como escritora e pedi que acessasse
o site do meu livro, adicionando-o à página de meus contatos.
O
rapaz respondeu à minha solicitação e aceitou-me como sua amiga virtual. Assim
que eu soube de sua resposta, contei a novidade a meu marido e a minha filha,
que ficaram imaginando o meu livro em Portugal.
Eu
e o português continuamos a conversar, e como ele escrevia bem a língua
portuguesa, senti-me feliz em poder corresponder-me com alguém do outro lado do
oceano, e que escrevia a língua em sua legítima forma. Afinal, esse era o meu
grande sonho como professora da língua: corresponder-me com alguém da
língua-pátria.
No
entanto, uma noite, ao enviar-lhe uma mensagem, utilizei o pronome “tu” e o
rapaz, educadamente, pediu que não o tratasse pelo referido pronome, já que ele
não era português. “Como assim, não é português?” – pensei.
O
nobre rapaz explicou-me que era descendente de italianos e franceses, e que
Portugal era seu sobrenome de origem judaica. Não me conformando com a
situação, resolvi investigar melhor a sua página pessoal e vi que ele havia
estudado numa universidade francesa e que era aposentado. Pensei “Não faz mal,
afinal, ele deve morar em Paris!”.
Conversa
vai, conversa vem, o rapaz disse que estudava italiano, e eu disse que não
falava italiano, mas sim espanhol. Ele, então, enviou-me um poema escrito em
espanhol. Fiquei maravilhada, pois há algum tempo não treinava o meu espanhol!
Após
várias trocas de mensagens, comecei a perceber que o meu amigo virtual não
morava na Europa, e arrisquei a temida pergunta: “Em que cidade você mora?” e
ele escreveu: “Em São Paulo!”.
Fiquei
decepcionada! A minha esperança de ver o meu livro sendo lido na Europa havia
se despedaçado naquele momento! Também quem manda não prestar atenção ao que
lê! Pois apenas o seu sobrenome era Portugal, mas, infelizmente, ele não era
português e tampouco morava em algum país europeu!
Porém,
o que importa é que, mesmo ele não sendo português e não morando na Europa,
ainda somos amigos virtuais,e, recentemente, ele me disse que já foi professor
e a cada dia descobrimos mais coisas em comum!
Entretanto,
devemos ficar atentos à comunicação, já que um equívoco assim pode trazer
graves consequências! Não foi o meu caso, mas poderá ser o seu, amigo leitor!
Adorei este texto muito bom mesmo e interesante. Dez para trabalhar com os alunos... Parabéns e beijos
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